Brasil está no TOP 15 de países mais seguros do mundo para viajar, aponta levantamento

ANDRÉ LUIS CIA
CORRESPONDENTE: DE BARCELONA
Segurança. Se esse era um ponto que no passado afugentava turistas estrangeiros e os impedia de viajar para o Brasil, a partir de 2024, a imagem de um país seguro para os turistas internacionais será uma das principais bandeiras defendidas pela Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) para promocionar o nosso país no exterior. Segundo o relatório “Destinos Mais Seguros”, realizado pela seguradora Berkshire Hathaway Travel Protection, o Brasil ocupa a 15 colocação num ranking de países mais seguros do mundo para viajar ao lado de outras potências mundiais, como Japão, França, Reino Unido e Espanha. No topo da lista como os países mais seguros do mundo estão: o Canadá (em primeiro lugar), Suíça (segundo); e a Noruega (terceiro). Os dados foram apresentados na 19 edição da IBTM World, em Barcelona- uma das principais feiras internacionais de turismo do mundo, que terminou na tarde de hoje, e que contou com a participação de mais de 100 países de diferentes continentes. A feira é uma das mais importantes do segmento MICE (“meetings, incentives, congress and exhibitions”, na sigla em inglês).
A expectativa no final deste ano é que o Brasil atinja cerca de 6 milhões de visitantes estrangeiros- patamar semelhante ao período antes da pandemia. Só em outubro deste ano, o Brasil recebeu quase 410 mil turistas internacionais. O número é praticamente o mesmo registrado em outubro de 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19, quando 413 mil estrangeiros entraram no país. Para a gerente de Turismo, Reuniões, Incentivos e Negócios Internacionais da Embratur, Vaniza Schuler, este ponto da segurança é algo que será cada vez mais explorado durante a participação do Brasil em outros eventos do gênero. “Estamos conseguindo atrair de novo os turistas. O problema do nosso país é comum a outros lugares do mundo também. Hoje não existe um lugar que podemos dizer que estamos totalmente seguros, mas o Brasil ocupa agora uma posição de destaque no cenário internacional com relação à segurança e isso é um motivo de orgulho para nós”, disse.
Outro ponto destacado por Vaniza refere-se à realização de eventos internacionais no Brasil nos últimos anos. De 2012 até 2023, recebemos mais de 2 mil eventos distribuídos em 30 cidades brasileiras, o que ajuda a desmistificar a teoria de que grandes encontros internacionais só acontecem no eixo Rio- São Paulo. “Tomo como exemplo a cidade de Foz do Iguaçu que realizou mais de 100 eventos neste período. Temos que avaliar positivamente que antes de sediá-los, estas cidades foram inspecionadas por organizações internacionais, o que só comprova a eficácia e a estrutura do nosso país para sediar programações distintas. Estas organizações abriram mão de outros países para estar no Brasil. Isso é muito positivo”.
O país também tem sido vitrine mundial no ramo das exposições, congressos e festivais. De 2019 até este ano houve um crescimento de 136 % na realização de exposições. O ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, esteve presente na abertura da IBTM esta semana e destacou a importância do país estar presente nesta feira.
O governo do Ceará foi o único estado brasileiro que montou um stand próprio para promocionar o estado. A mesma iniciativa foi realizada por outros países, como Portugal e Itália que tinham stands de regiões diferentes acoplados aos seus respectivos países.


ALEGRIA- Questionada sobre qual palavra definiria a imagem do Brasil no exterior e de como o país foi “vendido” ao turista internacional, Vaniza apontou que alegria é uma palavra que se encaixa bem ao país, pois somos uma nação colorida, vibrante, de muitas culturas diferentes e um país potencialmente rico em termos da diversidade. “Cada estado brasileiro ou região tem as suas próprias particularidades, o que nos torna únicos em muitos quesitos”, disse.
A alegria do brasileiro e preocupação com um estilo de vida focado na natureza, na prática dos esportes e na alegria de viver são pontos fortes de nossa cultura elencados por Vaniza. “No Nordeste, por exemplo, o sol nasce cedo. A pessoa pode ir à praia de manhã, praticar esportes, tomar sol e depois ir trabalhar. Isso é qualidade de vida. É algo que nós conseguimos proporcionar em muitos lugares do nosso país e é isso que queremos que o turista veja”. A facilidade de chegar ao Brasil também foi destacada como um ponto positivo. Na Europa, por exemplo, dependendo do país você demora sete horas para chegar ao Brasil.
Durante os 3 dias de feira, o stand brasileiro foi visitado por 600 pessoas de diferentes lugares do mundo. Uma das estratégias usadas pela equipe brasileira foi justamente passar uma imagem de preocupação com a sustentabilidade tanto que não havia material de publicidade impresso. Os visitantes foram cadastrados e receberão depois informações sobre o país.
Houve também a preocupação em ressaltar a nossa cultura, principalmente a gastronômica. Durante todos os dias, o stand serviu pratos tipicamente brasileiros para atrair a atenção dos visitantes, dentre eles, a famosa coxinha, pão de queijo, feijoada, brigadeiro, barreado (prato típico de Curitiba), e no final do dia a tradicional caipirinha, que sempre atraia um bom público. Uma agente sueca que passava pelo stand e que preferiu não se identificar contou que tem amigos brasileiros, ama nossa cultura, culinária e tinha vindo fazer a despedida da feira com caipirinha. “Não há maneira melhor que terminar essa semana aqui tomando a caipirinha brasileira”. Ela afirmou que pretende visitar várias cidades brasileiras, mas que gostaria de conhecer a Amazônia, o Rio de Janeiro e a Bahia. No final ainda brincou dizendo que se achasse um namorado brasileiro estenderia sua permanência no país.



